keep it alive...

Olááá!!!

Sábado (09-11) às 8pm surge a primeira host family no meu perfil! Uhull quanta emoção! É realmente legal essa sensação, pena que pode não durar muito.

Eles me mandaram e-mail e logo me adicionaram no skype. Pediram para falar comigo no dia seguinte de manhã, na verdade se eu estivesse disponível eles poderiam falar comigo naquela hora mesmo. Mas eu fingi que não estava em casa, demorei horas para responder, fui ler e reler a carta deles. Quando respondi, falei que adoraria conversar com eles no domingo pela manhã e mandei mais de 20 perguntas sobre os filhos, schedule, carro, obrigações da au pair, etc..

Nessa mesma noite eu peguei o nome da cidade (Wilmette, subúrbio de Chicago) e joguei no grupo de APs do Facebook. Achei uma menina que estava morando lá, vou chamá-la de "A", e que por coincidência temos 2 amigas em comum. Adicionei ela e começamos a conversar, já me empolguei né..

No domingo fiz skype com a família de 30 min, a hosta era super simpática, e o hosto tinha cara de bravo, sério e não muito humorado. A menina me pareceu legalzinha e o menino mal parou na frente da câmera. Foi bem legal a conversa, mas eles queriam a AP para dezembro já! JÁ! Disseram que iriam conversar com outra AP e que na segunda já me dariam alguma resposta.

Wow a família parece perfeita! Vamos lá:

• Chicago
• 2 kids e mais velhas como eu queria
• Não trabalha no fds
• Carro da AP + 50$ por semana pro gás
• Iphone com plano (phyna!)
• Sem curfew 
• Amigas bem vindas para dormir em casa
• Tem housekeeper a cada 15 dias

Logo que desligamos ela respondeu por e-mail aquelas 20 perguntas. Ai surgiu algo estranho. O menino de 8 anos estava tomando algumas vitaminas e remédios para controlar o seu humor. Falei com milhares de amigas e pessoas que moram nos EUA e que me disseram que talvez não fosse nada de mais.

Pedi para falar com a “atual” Au Pair, eles disseram que ela estava viajando, mas que eu poderia falar com a anterior. Era uma alemã, ela falou tudo beeem superficialmente, nada que realmente agregasse, e ainda ela disse que na época dela o menino não tomava remédio.. (na minha interpretação ela nem sabia se ele tinha problema mesmo ou não).

Às 7:30 pm recebo um e-mail: “Please be our au pair.. :)” 

Wowwww eles me querem!

Mas eu não estava totalmente confortável com o boy! Decidi que iria fazer mais mil perguntas sobre ele e seu comportamento, just to make sure! Mas nem deu tempo..

Minha amiga "A" (aquela que conheci pelo face, da mesma cidade da família, que acabou de me conhecer, que não tinha nenhuma obrigação de me ajudar), falou com um e com outros e achou a tal ultima AP e conseguiu falar com ela ainda ontem, sem prolongar mais do que já prolonguei, a AP nem queria falar da família, inclusive falou bem da hosta, mas no final ela acabou falando tudo que eu precisava saber, e sim o menino poderia ser um grande problema para mim.. algo que eu não estou pronta para encarar, então hoje de manhã eu mandei um e-mail dispensando a família:

Hi,
How are you?
I would like to thank you for your interest. I'm sorry, but yesterday I started talking to another family, they don't need me so hurry, what works better to me. That's why I have decided to match with another family at this time. 
Thank you so much for your time, I hope you can find a good Au Pair for your kids.

In addition, I have a feeling that I'm not ready to take care of your son, I think he needs someone who is better qualified. (Ok, essa parte não coloquei mas eu queria! haha)

Só queria dividir com vocês essa experiência. Quanto mais informação temos, mais espertas ficamos!

Finally, I'm online!

I have a hunch que se eu não tivesse ligado e ficado no pé, as coisas estariam paradas no mesmo lugar. Ainda bem que a menina da minha agência é um amor e muito eficiente! Então acompanhe seu processo bem de perto, pois se já demora para achar uma família, imagina se demorar muito para ficar online, vai demorar uma vida... #ficaadica

Agora sim chegou a hora de praticar o dom da paciência..
Let's wait for the families!
xoxo

Acabei de receber o resultado do meu iTEP! Abri meu e-mail pela manhã e lá estava:

• Boa iluminação;
• Gravar em local sem ruídos (ventos, automóveis, construção, etc..);
• Certificar que você está falando alto e claro;
• Decore o texto e não leia;
• Pouca Maquiagem e roupa adequada;
• Adicione pequenos vídeos com criança ou mostrando sua rotina;
• Se não tiver tudo em vídeo, coloque algumas fotos para ilustrar, mas não use só fotos;
• Atenção na hora de editar o vídeo, na APIA o site diz que o tamanho máximo é de 16 MB, e a resolução é de 320 x 240 pixels, e tem os formatos certos que eles aceitam;
• Se a sua voz ficar baixa, lembre-se de diminuir o volume da música também! (Eu assisti vários vídeos que as meninas estavam falando baixinho, então eu aumentei bastante o volume, e de repente entrou uma música suuuper alta. Já sabe o que aconteceu né? Além de ficar surda eu apertei o "X-zinho" e bye bye.);
• Ah e claro, sorria! Você é um poço de simpatia baby!

Uma vez fui viajar e não voltei.

Não por rebeldia ou por ter decidido ficar; simplesmente mudei.

Cruzei fronteiras que eu nunca imaginaria cruzar. Nem no mapa, nem na vida. Fui tão longe que olhar para trás não era confortante, era motivador.

Conheci o que posso chamar de professores e acessei conhecimentos que nenhum livro poderia me ensinar. Não por serem secretos, mas por serem vivos.

Acrescentei ao dicionário da minha vida novos significados para educação, medo e respeito.

Reaprendi o valor de alguns gestos. Como quando criança, a espontaneidade de sorrisos e olhares faz valer a comunicação mais universal que há – a linguagem da alma.

Fui acolhido por pessoas, famílias, estranhos, bancos e praças. Entre chãos e humanos, ambos podem ser igualmente frios ou restauradores.

Conheci ruas, estações, aeroportos e me orgulho de ter dificuldade em lembrar seus nomes. Minha memória compartilha do meu desejo de querer refrescar-se com novos e velhos ares.

Fiz amigos de verdade. Amigos de estrada não sucumbem ao espaço e nem ao tempo. Amigos de estrada cruzam distâncias; confrontam os anos. São amizades que transpassam verões e invernos com a certeza de novos encontros.

Vivi além da minha imaginação. Contrariei expectativas e acumulei riquezas imateriais. Permiti ao meu corpo e à minha mente experimentar outros estados de vivência e consciência.

Redescobri o que me fascina. Senti calores no peito e dei espaço para meu coração acelerar mais do que uma rotina qualquer permitiria.

E quer saber?

Conheci outras versões da saudade. Como nós, ela pode ser dura. Mas juro que tem suas fraquezas. Aliás, ela pode ser linda.

Com ela, reavaliei meus abraços, dei mais respeito à algumas palavras e me apaixonei ainda mais por meus amigos e minha família.

E ainda tenho muito que aprender.

Na verdade, tais experiências apenas me dirigem para uma certeza – que ainda tenho muito lugar para conhecer, pessoas a cruzar e conhecimento para experimentar.

Uma vez fui viajar…

e foi a partir deste momento que entendi que qualquer viagem é uma ida sem volta.

(Marcelo Penteado)
Texto original de: http://sigoescrevendo.com/2013/08/26/uma-vez-fui-viajar-e-nao-voltei/